Olá cidade do pecado,
Nem lembro mais quando foi a última vez que eu postei aqui. Para ser sincero eu nem lembro mais o que eu fiz noite passada.
Engraçado como eu tinha todo um repertório na ponta dos dedos para escrever aqui. As palavras vinham fluindo em minha mente durante todos esses dias. Eu queria falar de amor, de ódio, de medo, raiva, frustração, excitação... Uma gama de sensações e sentimentos que norteiam o que conhecemos hoje em dia como "vida social".
Não quero mais falar sobre isso.
Agora, eu resolvi escrever o que vem à minha mente nesse momento alcoolizado ouvindo meus amigos falarem merda em comemoração ao aniversário de @everton.faça.um.twitter enquanto eu escuto o bom e velho blues.
Essa semana foi uma semana que vai marcar minha vida, de um jeito bom ou ruim (provavelmente péssimo). Perdi um grande amor para as armadilhas que foram criadas por nós mesmos. É incrível como o coração pode ofuscar nossa visão, nossos instintos e nosso cérebro, o que às vezes eu desconfio estar cada vez mais deteriorado. Não percebi o quão dependente eu estava dessa garota que comigo esteve por um ano e nove meses... Porra, isso é mais do que o suficiente para duas gestações humanas completas! É algo a se pensar... Não sei até quando ela vai me amar. Não sei nem se ela inda estará aqui para mim, mas somos assim, nos acomodamos e nos acostumamos... O processo contrário que é difícil. Desapego é algo em que tenho de me treinar. Deixar as coisas irem, sabendo que um dia elas voltam. Sempre voltam.
Essa semana também eu me deparei com um problema que eu, sinceramente, eu nunca tinha parado para pensar: minha própria mortalidade. Eu sei que parece idiota, mas eu me vi perguntando o que será após o fim. Uma eterna escuridão? Um mundo repleto de espíritos? Inferno? Céu? Bem, na visão cristã eu com certeza irei rumo ao mundo de satã, o sedutor dos fracos de espírito. Mas, cá pra nós, eu prefiro ser um fraco. Eu adoro uma cerveja, gosto de romance, amor carnal, intrigas e sou um tanto quanto curioso... Ou seja, tudo que um homem comum é e gosta.
Outra coisa que eu pensei muito essa semana: Rotina é uma coisa FODA. Acordar, escovar os dentes, banho, café, aula, aula novamente, busão, casa... Isso é muito lixo. Essa semana eu resolvi mudar, sério. Mudar. Resolvi acordar pra vida. Andar só por andar, só pra não ficar em casa. Conhecer novas pessoas. Conversar com pessoas com que eu convivo há um tempo, mas nunca tinha falado antes. Isso também é aproveitar a vida. Carpe fuckin’ diem.
Acordar pra vida. Renascer. Ressurgir. Remodelar. Reviver.
Tudo isso é válido para tornar isso tudo mais agradável.
Eu quero sentir o vento bater no rosto em uma madrugada fria. Um copo de Jack Daniel’s na minha mão e um blues rasgado tocando no som. Tudo isso só para me sentir vivo.
Lembro que um dia alguém me disse “a vida é foda, é complicada, triste, chata, mas não sei se agüentaria o tédio sem tudo isso” eu gosto de pensar que essa vida realmente é FODA, mas é tão gostosa de viver.
Mudando de assunto novamente: eu gostaria de ver um pouco de consciência nas mulheres de hoje em dia. Porra, eu tenho convivido com algumas que, nossa, são MUITO inconseqüentes. É legal se divertir, curtir a vida, mas quando fere o espaço do outro, então é melhor recuar, reconhecer que errou e procurar outra coisa, outro caminho. Foda-se o veneno delas, ou pelo menos o de algumas delas. Mantenha essa língua bifurcada entre os dentes, pelo menos perto de mim.
Desespero, ciúmes, duas-caras, indiferença, mentiras... Por que tudo isso tem de andar de mãos dadas?
Eu desisti de tentar entender questões como essa... Agora eu só deixo essa coisa toda fluir. Todos me dizem que eu sou um fodido, mas porra! Todos são muito mais fodidos e sacanas do que eu... Mal intencionados. Pelo menos eu sou sincero, protejo os meus.
Por fim, o último aspecto dessas minhas divagações estranhas e alcoolizadas: a capacidade humana. Eu me surpreendi com o que podemos, com o que o nosso livre arbítrio nos prestigia. Não temos asas para voar, mas temos aviões. Não temos guelras com os peixes para respirar em baixo d’água, mas temos tanques de oxigênio. Temos ferramentas para construir e infelizmente temos armas para destruir, tudo isso nessa intensa dança caótica nesse mundo imundo, mas que com um toque de personalidade e de boa vontade, torna-se facilmente em um bom lugar para se viver. Pelo menos eu gosto.
Um dos meus professores da UFRN estava comentando as ideais de Niebuhr, que compactuava com as previsões que esses filósofos positivistas do inicio/metade do século XX faziam: o progresso humano iria gerar a união das quatro igrejas, formando a igreja universal, gerando assim, o estado de vivência perfeito, onde a música angelical seria o tom e a perfeição seria atingida.
Sinceramente, eu prefiro meu mundo sujo e corrompido. Prefiro meu rock ‘n’ roll como música de fundo e acima de tudo, prefiro essa imperfeição em que vivemos, pois acredito fortemente que não existe tal coisa como perfeição e, mesmo se existisse ou se um dia chegar a existir, iria ser chato pra caralho e enjoativo. Perfeição é enganosa, é uma vadia sem coração.
Manteremos contato em breve, aproveitem essa folga de mim.
Carpe fuckin’ diem.