domingo, 2 de janeiro de 2011

O silêncio de um sono profundo.

A postagem de hoje é uma pequena crônica que escrevi inspirado por algumas músicas e a vivência de relacionamentos que tive.

Não se surpreendam se estiver um pouco confuso. Essa é a intenção x)


O silêncio de um sono profundo.


Mais uma vez me encontro perdido.

Perdido em uma melodia nostálgica em um lugar desconhecido.

Seria em minha mente?

Não sei ao certo, as lembranças estão confusas de mais para entender.

Ainda respiro?

Ainda.

Que bom, ainda há tanto a dizer...

Eu queria te dizer, que os dias não tem sido fáceis.

Amar-te tem sido a coisa mais dolorosa e mais difícil que já fiz em minha vida, sabia?

Ora, reconheça o meu esforço, pois continuo caminhando feito um filho da mãe...

Correndo atrás de sua atenção.

Mais um minuto, por favor, preciso dizer o que ficou na garganta.

Mais uma vez.

Desabafos não estão te trazendo de volta.

Continuo perdido.

Admito que sinto falta do seu cheiro doce, do seu jeito engraçado de rir.

Mas, sinceramente, eu não sei mais quem é você.

Será que um dia eu realmente te conheci?

Falei com você?

Toquei sua pele?

Ou será que tudo isso é fruto da minha forte imaginação e você não era nada mais do que uma estranha passando ao meu lado na rua?

Você é tudo que importa e pra sempre eu saberei disso.

Minha doce ilusão.

E eu continuo caminhando.

Continuo perdido.

Eu olho ao redor, mas não consigo mais enxergar nada.

Não vejo saída.

Penso que tudo seria diferente se eu pudesse voltar no tempo, mas... Seria mesmo?

Naquele tempo seus olhos me encaravam com uma sagacidade que eu não podia compreender.

Aqueles mesmos olhos selvagens.

Seria o carinho verdadeiro que tanto busquei, ou apenas mais uma peça pregada por minha mente doentia?

Ainda não consigo distinguir o real do irreal.

Sinto minhas mãos frias, minhas pernas trêmulas. Você está ao meu lado. Você está ali, sorrindo pra mim.

Um odor gostoso sai de sua boca. Cheira como um lar pra mim. Onde devo ficar para sempre.

Mas agora...

Agora é um inferno completo, pois sei que isso é apenas um sonho.

Estou na verdade queimando em um mar de chamas. Torrado até o fim.

Não é fácil expressar indecisões e, sinceramente, estou apanhando das palavras agora.

Uma garrafa de whisky pende debilmente de minha mão esquerda.

Estou um pouco tonto.

Não importa agora, fui um tonto minha vida inteira.

Fui tonto quando deixei escapar de minhas mãos as suas asas, afinal, você voou para longe de mim.

Onde estará agora?

Você era o único rosto que eu conhecia.

A única escapatória par esse mundo caótico.

Você era minha realidade irreal.

Hoje?

Estou vagando perdido em um mar de bocas e abraços. De pernas e salivas. De indecisão e saudade.

O vento carregou para longe as palavras que saíram de minha boca.

Elas diziam: “não vá... Preciso de você aqui!”

Com a mesma sagacidade que eu via em seus olhos você me deixou naquele dia frio.

Meus lábios tremiam desolados, sentiam sua falta.

Eu sentia sua falta.

A desintoxicação foi foda.

Eu me senti um idiota durante muito tempo.

Senti-me um estrangeiro, um gaijin.

Perdido em meu próprio mundo, sem saber pra onde ir.

Eu corri, perdido, buscando te encontrar em alguma esquina. Em alguma avenida, caminhando por entre os carros.

Não achei.

O presente é a dura realidade.

Sinto-me cercado de pessoas, cercado de outras.

Mas me sinto só.

Sinto-me perdido.

Sinto-me cego.

Não creio que irei me encontrar enquanto continuar vivendo essa vida que levo.

Esse caminho autodestrutivo nunca me fez muito bem.

Pelo contrário, sempre me afastou das pessoas.

“Não faça isso...”

Eu vou fazer!

“Não diga isso...”

Eu vou dizer!

“Não vá pra lá...”

Eu irei!

Isso um dia vai me matar, sério.

O coração fraco não agüenta mais. Bate forte.

A garrafa de whisky está no chão agora, derramando o resto da minha vida.

Patético não é mesmo?

Sinto meu último suspiro sair de minha boca trêmula.

Estou deitado ao lado de minha própria porcaria: vômito, cigarros, álcool e comida por todo o lugar.

Pessoas nos quartos. Mulheres bêbadas, homens imbecis.

Desconhecidos.

Continuo no chão.

Vou perdendo a consciência.

Seu sorriso está voltando...

Seu cheiro doce...

Seus olhos selvagens...

Um vento quente passa por meus lábios trêmulos e o esquenta. Sinto o odor gostoso de sua boca.

Você está mesmo aqui?

Se estiver, pode segurar minha mão?

Estou assustado.

Obrigado. Senti sua falta.

Sabe... eu estive perdido esse tempo todo.

Mas, com você aqui, eu sinto que estou de volta em casa.

Não estou mais perdido.

Só não me diga que isso não é a realidade, que você não está aqui...

Eu só quero acreditar que você...

Eu só quero acreditar...

Acreditar... você... de volta... mim.

Finalmente o silêncio de um sono profundo.

...


Falo com vocês em breve,

ArthurR

2 comentários:

  1. Sinto ter te deixado assim.
    Não queria.
    Não quero...

    Isso dói.
    Dói pensar que esteve desse jeito por minha causa, que eu provoquei tudo isso...

    Sinto muito.
    Sinto em insistir nisso.
    Em te fazer sofrer.
    Desculpe-me.

    Mas sabe que te amo para todo o meu sempre. Você sempre estará aqui. Perto de mim. Ao meu lado...
    Comigo.


    Sempre.

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  2. Caramba, me emocionei! Muito bom mesmo! beijos!

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