quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

É a mais pura verdade.

Depois de tanto tempo sem postar estou finalmente voltando às atividades.

Durante esse tempo muita coisa aconteceu, seria idiota da minha parte sair listando acontecimentos, então, vou me ater às coisas mais importantes:

- Depois de nossas aventuras jogando bola de madrugada em Ponta Negra, decidimos profissionalizar o negócio e começamos o “futebol arte das quartas” lá na casa de Alyson! Uma pelada de alto nível e pouca habilidade! É sempre engraçado e muito bom pra se exercitar e baixar o bucho de cerveja (e ainda rola um açaí em seguida pra repor as energias!).

-As férias enfim chegaram, pena que não pude curtir intensamente como imaginava! Precisei dar cabo da auto-escola... Atualmente estou terminado as aulas práticas! Se tudo der certo, estou de carteira antes do carnaval.

-Ganhei uma bolsa na UFRN, na área de Arqueologia e Egito com uma das melhores professoras do departamento! Sou sortudo pra caralho.

Bem, não vim aqui para apenas contar os últimos acontecimentos, nem para recomeçar meu “diário louco” para vocês lerem e rirem. Decidi hoje escrever um pequeno pensamento, algo que possa arrancar um peso do meu peito, algo que está entalado na minha garganta.

Tenham paciência, logo termina.

Quem me conhece sabe que meu passado é cheio de curvas no caminho, pedras... Opa! Pedras não, montanhas! Montanhas enormes no meio do caminho! São coisas que posso enxergar vindo ao longe, no horizonte, mas não consigo escapar, não consigo desviar. Os problemas e as “merdas” me acompanham para onde vou.

Eu sei que tenho uma forte tendência auto-destrutiva... Certa vez disseram pra mim, “Arthur, você mais parece uma bomba-relógio ambulante! Carrega segredos de todos, fardos que não são teus e ainda de quebra tem que agir como líder, não deixando a peteca cair... Mesmo assim você ainda consegue arrumar tempo para se auto-destruir, seja com garotas, numa noite de farra ou apenas num ensaio da banda!”.

É a mais pura verdade.

Meu aniversário de 18 anos é uma boa prova.

Uma lata de cerveja, um copo de whisky, uma noite com os amigos (zoando e detonando tudo), um dia de ensaio... Isso já basta para tirar da minha cabeça às responsabilidades, o peso dos segredos e dos fardos, mas infelizmente, meu cérebro é dotado de uma capacidade incrível de armazenar coisas “inacabadas” e isso martela freqüentemente, fazendo-me pequenos lembretes do que é preciso terminar.

Coisas como trabalhos inacabados, jogos de vídeo-games que não zerei, pessoas que não me despedi, músicas que não terminei de compor, pessoas que não vejo há muito tempo, beijos que nunca dei, chances de fazer coisas que não voltam mais... Não quando queremos, na hora que queremos.

Eu penso que deve ser por isso que cobro tanto de mim, em tudo. Acho que essa é a razão desse meu comportamento “bomba-relógio”. Se eu pudesse acertar tudo, eu o faria, removendo as montanhas do meu caminho...

Então eu continuo me entregando a qualquer coisa que vicie... Qualquer coisa que me mantenha distante das peças que minha mente insista em me pregar.

Insiste. Persiste.

Não é isso que quero para mim, não é isso que eu mereço.

Decido enfim ir buscar algo além. Não além do arco-íris, isso seria muito gay. Além do que eu tenho. Sair dessa minha zona de conforto e buscar enxergar além do véu.

Vou procurar então acabar meus trabalhos, zerar os jogos que sempre quis terminar, me despedir de pessoas a quais nunca disse um adeus, acabar as canções que permeiam minha mente, ver pessoas que não via há eternidades inteiras, cumprir minha palavra com quem devo, o último, quem sabe? Não... Não gostaria que fosse assim. Gostaria de um novo começo, isso sim...

Preciso realmente terminar o que comecei. Eu sou assim, faz parte da minha essência. Se não der certo encerrar o que preciso, bem...

Paciência.

Sigo então meu caminho interditado, não me importo, vou continuar tentando fazer desvios. As montanhas eu posso quebrar com meus punhos, basta que eu queira. Sei que vou me machucar, mas o que nessa vida, que vem para o bem, não machuca antes um pouco?! Nada vem de graça... Isso eu tive de aprender da maneira mais difícil possível. Vou continuar andando pelo meu caminho, enxergando meu passado, onde meus sonhos residem, pois quem sabe um dia eu consiga reencontrá-los em meu presente.

Um comentário:

  1. Caralho mermão, sciome é um escritor e tanto. \,,/ Mas é isso ae...Sei bem como sciome se sente, essas coisas acontecem e é bom ter essa "atitude" de ir em frente e terminar as tarefas inacabadas e tirar esses fardos das costas. \o/

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