domingo, 20 de fevereiro de 2011

“Nunca desista, você pode tudo que quiser!”.

“Nunca desista, você pode tudo que quiser!”, dizia sua mãe quando você ainda era um adolecente. Eu sei, eu já ouvi isso. Você provavelmente também, não é mesmo?

A vida nos impõe duras situações. Momentos de vida e morte. Entre a alegria e a mais profunda tristeza. Entre o certo e o errado.

Vou ser sincero, é foda a sensação de frustração.

A frustração te corrói por dentro, como um veneno poderoso, uma arma letal, que não te mata (diretamente), mas continua no seu corpo pra sempre. Algo alienígina, sempre em sua mente.

Por mais que você pense em voltar atrás e tentar ajeitar as coisas, já está tudo feito. O passado não retorna, essa é uma das máximas da vida.

Estamos presos às nossas ações. Elas nos definem, no final. Nós somos elas.

Quem nunca sentiu uma pressão inexistente ao redor depois de ter (de vontade própria, ou não) desistido de algo que muito quis?

A verdade é que não podemos nos entregar. Nesse mundo-cão, quem se entrega, quem desiste sem tentar, é considerado um fraco, é vencido, jogado à lona.

A velha máxima do “olho-por-olho, dente-por-dente”, novamente.

Eu sei, não é justo… mas ninguém falou em justiça aqui. Falo de sobrevivência.

Aquele que perservera tem seu futuro reservado pelos deuses?

Talvez.

O gosto da lona pode parecer sujo, mas para aquele que tentou, que lutou, que se agarrou com unhas e dentes à aquilo que quis, pode sentir um retrogosto doce de vitória.

Não podemos vencer todas na vida. Essa é outra máxima dela.

Mas, sim: podemos lutar.

Podemos cair.

Podemos sangrar. Até deuses sangram.

Podemos morrer, é verdade. A imortalidade é apenas um mito construído para nos controlar, para nos manter à margem, no desejo. Subordinados.

Eu já senti o gosto da lona tantas vezes que nem mais posso contar.

Eu já sangrei e me machuquei no caminho.

Eu já perdi incontáveis lutas.

Mas eu tenho um certo orgulho.

Então, se você luta pela vida, por cada amanhã, bata no seu peito e urre. Esse é o orgulho. A vitória é sua por perserverar.

Essa é uma qualidade em extinção. Algo que falta em todos nós.

Reaja.

Sinta.

Tente.

Seja audacioso.

Apanhe.

Perca.

Ganhe.

Chore.

Agarre a vida.

Sofra.

Vença.

Grite.

Bata.

Com força.

Mais força.

Não é fácil como sua mãe fez parecer, mas sim…

Você chega lá.

3 comentários:

  1. Está na hora de você fazer um livro. Desses virtuais mesmo, afinal ainda tem muita água pra rolar! Divino!

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  2. E é tão bom o sabor da vitória quando você chega lá! :)

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  3. Arthur, o texto tá ótimo. Mas, uma nota:

    "Até deuses sangram."

    Foi a única parte de que discordei. Na verdade, acho que os deuses nos invejam, justamente por não poderem sangrar.

    Viver pra sempre deve ser um tédio sem fim.

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