Olá,
São 2h da madrugada de uma segunda-feira chuvosa. Pessoalmente, acho esse o melhor horário para escrever minhas palavras nesse blog. Sempre com um fone no ouvido, girando músicas no shuffle, escutando o bom e velho rock ‘n’ roll.
Essa é minha última semana de férias e provavelmente esse será meu último post durante um bom tempo. Não é que eu não goste de escrever aqui, pelo contrário, isso me alivia e costuma tirar um peso imenso de minhas costas (Atlas devia tentar isso!). O que acontece é que nem sempre tenho tempo de escrever durante as aulas pois as leituras e deveres da universidade me sugam todo o tempo livre que teria para extravasar essas palavras caóticas que vocês lêem aqui, em primeira mão.
Bem, esse é realmente um mundo muito fodido, não é mesmo? Parece realmente que todos os caminhos nos levam a nenhum lugar. As placas nas ruas, as pessoas, os anuncios… Tudo isso mais desorienta do que costuma guiar. Estamos submetidos à uma entropia extraordinária e inescapável. Um vórtex obscuro sentimentos igualmente obscuros são a cereja do topo dessa situação.
Acho triste, sinceramente, que muitas pessoas se percam no caminho do auto-entendimento, no entanto, isso é mais comum do que podemos imaginar. Parece realmente que o mundo todo força você a não se conhecer, a deixar de lado sua individualidade, chocando-o com o resto do robôs (idênticos e reconhecíveis) e forçando sua união à eles. Você é só mais um na massa?
É fácil dizer que não.
Na prática, essa é outra história. Eles querem que todos se submetam às mesmas regras, às mesmas condutas. Eles querem que você se enquadre, se junte a eles. Eles querem sugar sua vida até o caroço e cuspir o resto na sua cara, dizendo “aproveita o resto, filho da puta!”.
Quem são eles?
“Eles” na verdade são cada um de nós.
Estamos robotizados, programados para matar e morrer por uma vida vazia.
Vazia de bons sentimentos.
Vazia de espontaneidade.
Vazia de sinceridade.
Vazia de riscos.
Vazia de amor.
Nós temos a mania de deixarmos passar os bons momentos da vida, perdendo-os num piscar de olhos, num pingo de chuva, no “tic tac” do relógio.
Tudo é “agora” e agora é “tudo”.
Quem sou eu?
Essa noite eu me desconheço. Realmente, não me sinto eu mesmo. Essa é apenas uma casca vazia, uma massa com algo quebrado dentro. Minha alma?
Talvez.
Acho que todos nós temos dias como esse, em que ao olhar para nossas ações, percebemos o quão fodidas foram elas e o quanto elas não se parecem nem um pouco congruentes com a peça completa.
Hoje é o meu dia, não me sinto “em casa”.
Sinto coisas diferentes de tudo que já senti antes.
Sinto uma sensação doce de liberdade, inebriante, pra falar a verdade. Será falsa?
Sinto meu coração pesado, alternando com a leveza de uma pluma.
Sinto uma escuridão que insiste em me perseguir.
Sinto que não estou sentindo como antes.
O que deu errado?
Que curva errada da vida, será que eu tomei?
Essa é uma boa pergunta.
Só sei que agora me encontro perdido em um labirinto de emoções estranhas. Só sei que essa noite eu não sou um robô: eu sinto, pelo menos. Não como todo mundo quer que eu seja, ou que esperam de mim. Sinceramente, isso cansa.
Cansa bancar o “Sr. Nice Guy” à todo momento.
Eu também sinto dor.
Eu também fico triste.
Eu também choro, caralho!
Eu tenho esse direito.
Eu tenho o direito de ser o errado às vezes, de não ser a porra do exemplo.
Cansa realmente… e eu estou cansado.
Não estou aqui constantemente evitando mudanças, elas são bem-vindas, desde que não silenciem o meu amanhã.
Me sinto realmente preso ao vórtex. Me sinto girando dentro dele. Rostos conhecidos passando em alta velocidade. Frases de efeito reverberando pelo meu cérebro. Gritos de alegria e dor…
Meu inferno pessoal está me sugando de volta para ele, mas eu decidi: não vou entrar novamente na barca. Não tenho a moeda pro barqueiro e, foda-se, eu não me importo.
Vou continuar na terra um pouco mais. Espero que amanhã os sentidos estejam mais alinhados, eu possa ME entender um pouco mais, escapando desse mundo robótico onde eu pareço viver.
Mundo fodido, como disse no começo. Mas o mundo em que vivemos.
A chuva ainda está caindo lá fora, o relógio ainda está com seu irritante “tic tac” de sempre. Meus olhos piscam de mais…
Espero que isso pare, urgentemente… Não quero perder mais nenhum momento. Mais nada.
Boa noite e bom começo de semana!
Obs: Post escrito do começo ao final sem nenhuma leitura dos parágrafos anteriores. A intenção era realmente passar como e onde estava minha cabeça no momento em que escrevi esse post.
Obs 2: Acho que realmente deve estar caótico esse post, mas eu nunca saberei… Fiz um pacto comigo mesmo que não irei lê-lo para manter a unicidade do que foi escrito.
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